.Nos fale sobre onde nasceu e data do nascimento, estado civil, nome dos pais, e esposo e filhos se tiver.
Nascida em São Paulo/SP, 12/12/1978, solteira, filha de Marco Antonio Xavier de Brito e Maria Zelinda Ruel . Como se interessou pela arbitragem de futebol e alguém a influenciou nisso?Venho de uma família onde minha mãe tem 5 irmãos homens e a maioria entre meus primos também são homens, todos apaixonados por futebol. Desde pequena acompanhava os jogos do meu irmão e primos pelos campos amadores, porém nenhum árbitro na família. No colégio, durante as aulas de educação física, ia jogar futebol com os meninos, ao invés de jogar vôlei com as meninas. Me interessei tanto por futebol que resolvi trabalhar no meio, mas querendo ser árbitra e não jogadora. Desde os 14 anos já ligava na FPF, que ainda se localizava na Brigadeiro Luiz Antônio, para saber sobre os cursos de arbitragem. . Onde foi seu primeiro curso e em que ano?Meu primeiro curso foi em 2004 na FPF.. Nomine para nós alguns companheiros que se formaram com você:Leandro Bizzio Marinho, Fabrício Porfiírio de Moura, Tatiane Sacilotti, Regildenia Moura, Leandro Feitosa, Patrícia Carla de Oliveira, Ricardo Pavanelli. . Ainda na Escola o que almejava ou imaginava para seu futuro?Sempre fui de almejar por etapas, então ao fazer o curso o primeiro objetivo era chegar à elite do futebol paulista, podendo trabalhar no Paulistão. Graças a Deus alcancei este objetivo. . Dizem que a primeira escala ninguém esquece. Qual foi a sua e onde?Não esquecemos mesmo, Sub15 e sub17 Osasco x São Paulo no Estádio José Liberatti em Osasco. . Existe na sua trajetória uma partida que gostaria de esquecer. Qual a razão?Não há nenhuma, todas contribuíram para o meu crescimento, todas somaram de uma forma ou de outra. . Da mesma forma qual aquela que gostaria que se repetisse sempre?Difícil citar somente uma, mas a final em 2009 do Torneio Internacional Feminino no Pacaembu lotado, Brasil x México, foi maravilhoso. Graças a Deus tenho muitos outros jogos que me marcam e gostaria de viver novamente Palmeiras x Ajax, Ponte x Corinthians, Ponte x Santos, São Bernardo x São Paulo, Guarani x Rio Preto (A2), Linense x São Bernardo (A2), São Paulo x Flamengo (final do sub17), Santos x Palmeiras (semifinal Copa São Paulo Junior) e muitos outros. . Você é favorável á mulher no apito central somente se fizer “marcas” masculinas?Não, não concordo com isto. Penso que a parte física é de extrema importância, o futebol hoje impõe uma velocidade enorme, porém não pode ser o pilar fundamental para o árbitro. O primeiro pilar é a técnica e não o físico em minha humilde opinião. Perdemos excelentes árbitros como Wilson Seneme, Leonardo Gaciba, José Henrique de Carvalho, Luiz Marcelo Cansian por questões físicas, sendo que tecnicamente apitavam qualquer jogo. Antes de termos atletas em campo, precisamos ter árbitros. . De que forma sua familia vê este seu trabalho?Da melhor forma possível, sempre me apoiaram, me acompanham, assistem aos jogos. O apoio deles é fundamental para uma carreira bem sucedida e tenho muito que agradecê-los por tudo. . Percentualmente o que representa para você a Taxa de Arbitragem no mês?Hoje, infelizmente, 80%. . Teve algum momento de constrangimento pela atípica função?Não que me lembre, ou seja, se houve nada que me marcou. . Quais para você as maiores dificuldades da mulher na carreira?Ainda há o preconceito, essa é uma grande dificuldade e o erro da mulher tem peso maior do que do homem.. Onde espera chegar na arbitragem num futuro próximo?Amo a arbitragem, ainda espero chegar em jogos profissionais pela CBF e depois me tornar instrutora do quadro nacional. . Revistas masculinas poderiam atrair a você em função de seu trabalho?Não, não é algo que me atrai. . Uma mensagem ás mulheres que ainda exitam em vir para o meio:“Há diferença em apenas sonhar e em se ter um sonho a realizar.” Se é um sonho seu, você pode ter êxito. Não precisa ser utopia, pode ser realidade, depende de você. Eu realizei meu sonho e não me arrependo em nenhum momento. . E seu prato favorito, filme, livro, hobby, etc. quais seriam?Lasanha ou comida japonesa; adoro filmes e fica difícil escolher só um: “Comer, Rezar e Amar”, “Intocáveis”, “O Quarto Poder”, “Um Homem Entre Gigantes”; livro: “A Bíblia Sagrada”, “O Monge e o Executivo”; música “O que é, o que é”, Gonzaguinha; cantores: Tom Jobim e Chico Buarque; amo viagens, teatro, parques, restaurantes e estar com a família e amigos. . Antes de finalizar, e todo mundo pagou um, qual seu maior “mico” na arbitragem?Uma vez em um jogo ao vivo o pano da bandeira caiu, fiquei bandeirando uns cinco minutos até o árbitro me ver, aí a TV foca em mim colocando o pano de volta. . Agora finalize nosso papo da maneira que melhor lhe convier e até mesmo por algo que gostaria de dizer e não lhe foi perguntado:A arbitragem tem espaço para todos, só é preciso analisar o profissional pela sua competência, capacidade, técnica e não pelo seu gênero, cor dos olhos, cor do cabelo, estatura, peso, etnia. Se podemos evoluir, não vamos ficar estacionados. Agradeço a todos que colaboram e colaboraram para a minha carreira.Obrigada pela oportunidade e parabéns pelo trabalho.